O alvo de toda a atenção do médico deve ser a saúde do ser humano, em benefício da qual deverá agir com o máximo zelo e o melhor de sua capacidade profissional. Ao instituir um tratamento, o médico deve ter por base um diagnóstico, uma percepção sobre o prognóstico e a análise das condições clínicas, psicológicas e dos valores do paciente, para que haja boa adesão e confiança naquilo que está sendo proposto. Apesar de todo o avanço técnico e científico da Medicina, ainda existem situações em que os tratamentos são controversos e muitos ainda não foram autorizados pelos órgãos reguladores estatais, não obstante, de acordo com a experiência prática, muitos profissionais conseguem promover boas respostas para doenças incuráveis, de prognóstico incerto e sintomas refratários aos medicamentos aprovados pelos órgãos regulamentadores.


Nos últimos 20 anos, tem crescido o interesse médico pela Cannabis medicinal e os canabinoides para tratar uma variedade de situações clínicas como dor crônica, dor oncológica, depressão, transtorno de ansiedade, distúrbio do sono, crises epilépticas, doenças neurológicas, entre outras, cujos sintomas são supostamente melhorados com o uso dessas substâncias (NASEM, 2017).


O uso de produtos à base da Cannabis aumentou substancialmente nos últimos tempos devido à falta de respostas dos tratamentos considerados padrão para uma série de doenças. O CBD é um canabinoide sem ação psicoativa, contudo, existem estudos que descrevem sua capacidade neuroprotetora resultante de seu poder antioxidante contra os radicais livres de oxigênio (ROS) produzidos nos neurônios por liberação excessiva de glutamato. Outros estudos referem sua capacidade anti-inflamatória sobre o sistema imune e anticonvulsivante (Carranza, 2012; Netzahualcoyotzi-Pietra, 2009; Gainza, 2003).